Softwell negocia com asiática HTC e lança plataforma móvel



A brasileira Softwell Solutions lançou na última sexta-feira a plataforma Maker Mobile, que permite o desenvolvimento de aplicativos para tablet (computador em formato de prancheta) e telefone celular no mercado corporativo. A ferramenta, que promete reduzir o tempo de programação, chamou a atenção da gigante taiwanesa de celulares HTC, que já iniciou negociações para comprar a solução da Softwell, que também é forte parceira da IBM. "O Maker Mobile possibilitará a abstração das complexidades técnicas, diminuindo o tempo dos projetos e os custos de desenvolvimento das empresas", promete Wellington Freire, presidente da Softwell Solutions.

De acordo com a consultoria Gartner, cerca de 90% dos projetos de software no Brasil são entregues ao cliente com atraso por conta de complicações provenientes de tempo excessivo de programação. Foi neste obstáculo que a empresa, que possui sede no Estado da Bahia, observou a oportunidade de ganhar o mercado empresarial brasileiro, sobretudo as médias e pequenas empresas. "Com os procedimentos tradicionais de programação, às vezes o projeto demora tanto que quando finalmente sai do papel a tecnologia envolvida já é considerada obsoleta, gerando ônus ao desenvolvedor da solução", diz o diretor de Produtos de Inovação Diego Alvarez.

Estudo publicado em 2010 pela Juniper Research apontou que as receitas provenientes de aplicativos móveis irão crescer US$ 22 bilhões nos próximos 5 anos. "Juntas, as receitas dos aplicativos financiados por download pago por serviços de valor agregado [incluindo freemium e assinaturas] e por publicidade, deverão subir dos US$ 10 bilhões de 2009 para US$ 32 bilhões em 2015. "A Apple, a maior fornecedora de aplicações móveis do mercado, informou que foram baixados 4 bilhões de aplicativos da sua loja na Internet, alcançando uma receita de cerca de US$ 1,5 bilhão. Para as estimativas da Juniper se concretizarem, outros fornecedores, como a brasileira Softwell, terão de crescer muito.

Freire acredita que o mercado de desenvolvimento de aplicativos está bastante aquecido por conta da corrida que se estabeleceu no campo das plataformas móveis. O presidente da empresa acredita o Android, da americana Google, vai permanecer por muito tempo à frente das demais concorrentes. "A RIM [Research in Motion] parou no tempo e começou a perder mercado para a Apple. O Android trouxe um modelo inovador. Ele trouxe a beleza da Apple junto com a distribuição de canal mais atrativa", explicou.

Desktops

As quedas das vendas dos computadores do tipo desktop e o aumento das vendas de tablets e smartphones são considerados o fator principal no negócio da Softwell com o lançamento do Maker Mobile. "A onda de tablets e smartphones ajuda a promover o conceito de mobilidade", explicou o vice-presidente de desenvolvimento de negócios do Instituto PortoTech, Omarson Costa. "Em 2013, a quantidade de smartphones produzidos no Brasil tende a ser maior do que a de PCs e isso vai fazer com que plataformas como a da Softwell se destaquem no mercado", diz.

De acordo com o executivo, as operadoras dividem os usuários em nichos e, quando o profissional for desenvolver um aplicativo, ele deve pensar primeiro quais desses setores quer atingir e entender quais tecnologias usar para cada plataforma e, também, cada tela de experiência do usuário. Costa ainda levantou o problema da fragmentação de categorias de dispositivos e sistemas operacionais. Segundo ele, quando pensamos em desenvolvimento móvel temos que pensar em todos os atributos que cada aparelho tem e, então, decidir para qual fabricante desenvolver, já que o suporte de API varia de modelo para modelo. "O planejamento de API tem de estar vinculado ao planejamento de negócios", concluiu.

Sistema

Segundo o presidente da Softwell, Wellington Freire, a companhia já está adiantada no desenvolvimento do suporte à plataforma Windows Phone 7 Mango, que recentemente foi anunciado como pronto para entrar no mercado móvel. Para participar desta comunidade, o programador deve desembolsar uma quantia, que varia conforme o pacote que ele escolhe. Para os executivos, existem opções mensais, de um número específico de aplicativos (20, por exemplo), além de outros pacotes.

O produto suporta todas as aplicações corporativas, legadas e futuras. Para padronizar os APPs, a plataforma utiliza HTML5 e CSS3 na exibição das interfaces dos aplicativos criados. Mais informações podem ser obtidas no site. Quanto à segurança, Diego Alvarez, diretor de Inovação da empresa, afirma que o Maker Mobile divide as responsabilidades do aplicativo com o desenvolvedor. "O Maker Mobile oferece os recursos para viabilizar APPs robustas e seguras", prometeu.

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